domingo, 26 de julho de 2020

Rural

Nuvens plúmbeas
Árvores desfolhadas
Espigas no milharal
Voam as andorinhas
Fugidas do vendaval

Preguiça

Céu coberto
Na cama espreguiço
Livro aberto

Felino

Um gato mia
Em um jardim florido
Na tarde fria

Picapau

Manhã de muito vento
Na árvore, picapau
Na trilha, passo lento


Hedonista

Sem nenhum pudor
Busquei todo prazer
E fugi de qualquer dor

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Pandemia

Então, os ventres das utopias
pariram parasitas metafóricos.
Dos intestinos das distopias,
vazaram replicantes degenerados.
Os zumbis reencarnados
das catacumbas frias saíram.
E as mariposas do Passeio,
em versos não daltonianos,
rondando as luzes amarelas,
continuaram na lida e no poema
como se nada fosse com elas.

Este poema foi escrito para integrar o projeto Betoneira 2 que pode ser acessado em:
https://youtu.be/5l5F0oUaOQc