segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Notas Cariocas ou da Infância

Me dá sorvete?
Moleque Cassiano
me cativando.

Ruan ao lado,
picolé pede também
sorriso que vem.

De prosa fácil
guris tão vendedores
esqueci dores.

Fora de casa
na manhã domingueira
sobem ladeira.

Nessa idade
Cassiano e Ruan
por que tal afã?

Duas crianças
na labuta infeliz,
vida meretriz.

No rosto mantêm
cada um seu sorriso
pois é preciso.

Esses meninos
com outros se parecem
igual padecem.

Engraxate
com caixa pendurada
em que viraste?

Flanelinha
em tantos cruzamentos
só moedinha!

Vai goma aí?
Menina desabrocha
vida que é rocha.

Será utopia
apenas brincando ver
crianças um dia?

domingo, 22 de setembro de 2013

Surpresas, estranhamentos, espantos e sustos.

Não esperado,
surpreendentemente
inusitado.

Indesejado,
causou espanto ato
insuspeitado.

Em pouco tempo
ficou mal humorado
com contratempo.

De forma clara,
irritação mostrou com
estranha cara.

Estranhamento
com um salomônico
julgamento.

Felicidade
estampada no rosto
com novidade.

Surpresa feliz
boquiabertando
esperto petiz.

Tão espantada
com a gratuidade
manifestada.

Surpresa, seja
boa ou ruim, pode
dar brotoeja.

Divertimento
parou com repentino
espantamento.

Inevitável
trouxe um resultado
inaceitável?

Nossa que susto!
Disse ao ver da mulher
cair o busto.

Assustadora
demonstração popular
demolidora.

Na sexta treze,
brinque com superstição
mas despreze não.

domingo, 15 de setembro de 2013

Obscenos? Depende do que você lê!

De chope então,
pede jovem marota,
sorri velho garção.

Minha madrinha
na venda pedia: tem
cara e alho?

Foi lá em Castro
que Zulmira encapou
um firme mastro?

Pinto de preto
no salão de beleza
lá do coreto.

Toda molhada
sereia cantou para
rapaziada.

Foi com consolo
que amigo resolveu
caso do bolo.

sábado, 14 de setembro de 2013

Tarde de Férias

Vou me tornando
um escriba tardio.
Em versos vicio.

Na pausa breve
procuro no cinema
mais novo tema.

Na cinemateca,
Amor que nos consome,
antes da fome.

Em rua estreita,
andarilho em trapos
de guardanapos.

Não anda assim!
Diz jovem biba feliz
para aprendiz.

Entro em sebo,
procurando a esmo
poesia mesmo.

Um macchiato
sabendo meio amargo
bebo no largo.

Foi no chafariz,
que do cavalo, água
saía do nariz.

Largo da Ordem,
passeio dessa gente
indiferente.

Passeio Público,
foi lá que vi Dona Flor
mais seu Agenor.

Sorrisos amplos,
la vai velha senhora
mundo afora.

Com tanta graça,
sorrindo a velhota
a dor esgota.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

ENANPADIANOS

Ser diferente?
Coloque adjetivo
pleonasmente.

Sem um conceito
definido, se mede
de qualquer jeito.

Em que espaço
acadêmico entra
rima que faço?

Com rima pobre
revelo que na ciência
mais vale cobre.

Muita prática
acadêmica me é
enigmática!

Conversa mole
faz barulho maior que
gaita de fole.

Indisciplina
minha, tanta regração
não elimina.

Faz protocolo,
mas complexidade lhe
surge no colo.

Para ser curto,
com certeza sou eu
que não mais curto!

domingo, 8 de setembro de 2013

Hipódromo

Fim de inverno
acelera coração
na reta final.

Anoitecendo
tropel acelerado
papel rasgado.

Aposta no oito
barbada do páreo
coração afoito.

Égua tordilha
três corpos na frente
que maravilha.

Cavalariço
garante que é ponta,
mas falta viço.

Imagine você:
alazão favorito
não deu nem place.

Na pule de dez
última esperança
não foi dessa vez.

Lembrei de meu pai
com filhos no jóquei
da alma não sai.



quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Uma Garça no Passeio

Garça branquela
no topo da árvore
barco a vela.

Garça branquinha
em cima da árvore
tão maluquinha.

Garça esguia
no alto do galho me
serve de guia.

Garça balança
no verde das folhas
nos dá esperança.

Tão elegante
pousa suave sem que
algo espante.

Garça sozinha
no céu da manhã
engraçadinha.

Veio com graça
adornar minha vida
esbelta garça

Nessa manhã
nas bandas do Passeio
branca como lã.

Garça rasante
solando no espaço
extasiante.

É flutuante
garça solitária
no sol levante.

Vai ondulante
galante aseando
sobre passante.