Na
consolação
o sol do meio dia
deu
insolação.
Doce
algodão
as
nuvens se parecem
da
janela do avião.
No
aeroporto
a aeromoça pediu
vinho
do porto.
No
botequim
ela
desenhou com
tinta
nanquim.
Naquela
boate
fui
atrás da menina
rosa
escarlate.
No
restaurante
quase
de porre ficou
estonteante.
No
supermercado
encontrou
a seção
de
destilado.
Na
cafeteria,
café
irlandês, já que
uísque
beberia.
No
bar da esquina,
com
chorinho, chopinho
ela
determina.
Foi
pra Liberdade
atrás
de saque quente
plena
de vontade.
Levei
pro hotel
pediu
licor de menta
sentiu-se
em bordel.
Chegou
na cama
caiu
no sono rindo
de
minha flama.
Veio
caipirinha
dei-me
conta então da
ilusão minha.
Um haikai ao dia, prazer, paz, emoção, e muita alegria (Fernando Antono Prado Gimenez)
quarta-feira, 27 de março de 2013
terça-feira, 26 de março de 2013
Virgula, eclipse e alguns bichos
Virgula, ponto,
travessão, dois pontos
não fazem conto.
Sol tão intenso
castigou andarilho
com pouco senso.
Neblina densa
fez da viagem uma
jornada tensa.
Garoa fina
caindo de mansinho
voz desafina .
Quero gatinho,
mas dizem que é coisa
de viadinho.
Me lembro do Zé
na beira do lago sem
nenhum cafuné.
Apocalipse
na fala do garçom
virou eclipse.
Manhã tão fria
que até o deus do sol
muito tremia.
Na penumbra vi
as curvas do vôo dum
belo bem-te-vi.
Vai de flor em flor
borboleta atrás do
safo beija-flor.
No Botânico,
perdido nos arbustos,
caiu no pânico.
Em tempestades,
relâmpagos alertam:
_ Aí vem maldades!
travessão, dois pontos
não fazem conto.
Sol tão intenso
castigou andarilho
com pouco senso.
Neblina densa
fez da viagem uma
jornada tensa.
Garoa fina
caindo de mansinho
voz desafina .
Quero gatinho,
mas dizem que é coisa
de viadinho.
Me lembro do Zé
na beira do lago sem
nenhum cafuné.
Apocalipse
na fala do garçom
virou eclipse.
Manhã tão fria
que até o deus do sol
muito tremia.
Na penumbra vi
as curvas do vôo dum
belo bem-te-vi.
Vai de flor em flor
borboleta atrás do
safo beija-flor.
No Botânico,
perdido nos arbustos,
caiu no pânico.
Em tempestades,
relâmpagos alertam:
_ Aí vem maldades!
sexta-feira, 22 de março de 2013
Filhas
Na bicicleta,
primeira liberdade
em linha reta.
Pô pai, é minha!
No outono perdi a
blusa de linha.
Quero o dela!
De novo, faço graça,
com tal novela.
Extasiadas,
elas irradiavam
luzes coradas.
Lá na ribalta
resplandece luz de
forma incauta.
Para Sevilha,
feliz da vida, se vai
minha filha.
Tão radiante,
sorri Paloma com seu
jovem galante.
Me emociona
perceber que o tempo
melhor leciona.
Nas suas escolhas
enxergo caminhos com
verdes folhas.
No vasto mundo
desejo a elas um
fado fecundo.
Sentir saudade
faz parte da vida em
qualquer idade.
As filhas se vão,
mas presentes ficam
em meu coração.
Encruzilhada?
Diz o poeta: vá na
menos trilhada.
Tão ansiosa,
mesmo nervosa, sorri,
fica formosa.
Tão emotiva,
linda, esconde uma
lágrima furtiva.
Fernanda, assim,
para vocês escrevo
vida em festim.
Nem sempre certo,
às vezes, não consegui
estar por perto.
Foto ou dança,
com suas artes
viro criança.
Em versos livres,
com rimas diversas,
minha alma encanto.
primeira liberdade
em linha reta.
Pô pai, é minha!
No outono perdi a
blusa de linha.
Quero o dela!
De novo, faço graça,
com tal novela.
Extasiadas,
elas irradiavam
luzes coradas.
Lá na ribalta
resplandece luz de
forma incauta.
Para Sevilha,
feliz da vida, se vai
minha filha.
Tão radiante,
sorri Paloma com seu
jovem galante.
Me emociona
perceber que o tempo
melhor leciona.
Nas suas escolhas
enxergo caminhos com
verdes folhas.
No vasto mundo
desejo a elas um
fado fecundo.
Sentir saudade
faz parte da vida em
qualquer idade.
As filhas se vão,
mas presentes ficam
em meu coração.
Encruzilhada?
Diz o poeta: vá na
menos trilhada.
Tão ansiosa,
mesmo nervosa, sorri,
fica formosa.
Tão emotiva,
linda, esconde uma
lágrima furtiva.
Fernanda, assim,
para vocês escrevo
vida em festim.
Nem sempre certo,
às vezes, não consegui
estar por perto.
Foto ou dança,
com suas artes
viro criança.
Em versos livres,
com rimas diversas,
minha alma encanto.
sábado, 16 de março de 2013
Dona Kilda
Vive presente
no passado, lembrando
de tanta gente.
Fatos narrados,
de ontem ou de hoje,
não são misturados.
Grande memória
décadas a fio anotou
tanta história.
Tida a guardiã
seu esforço de anos
terá amanhã.
Há coisas ditas
ao longo desta vida
que foram escritas.
Outras, no entanto,
palavras mil que são
quase encanto.
Queda semanal
deixa a gente pensando:
sempre pontual?
Já contei essa?
Sim ou não, não importa!
De novo! Homessa!
Enfim se mãe é,
certa ou errada,
tá na boa fé.
no passado, lembrando
de tanta gente.
Fatos narrados,
de ontem ou de hoje,
não são misturados.
Grande memória
décadas a fio anotou
tanta história.
Tida a guardiã
seu esforço de anos
terá amanhã.
Há coisas ditas
ao longo desta vida
que foram escritas.
Outras, no entanto,
palavras mil que são
quase encanto.
Queda semanal
deixa a gente pensando:
sempre pontual?
Já contei essa?
Sim ou não, não importa!
De novo! Homessa!
Enfim se mãe é,
certa ou errada,
tá na boa fé.
quinta-feira, 14 de março de 2013
Londrina
No cine
Comtour
à meia noite, assisti
a Belle du Jour.
Andar no Zerão
tomar água de coco
no fim do verão.
Perto do bosque
cuidado, de dia há
muito escroque.
Por lá também
na madrugada fria
meninos a vintém.
Piso refeito,
no Calçadão um café?
Não tem mais jeito!
Concha acústica,
sem música, virou
cama rústica.
Na caixa d´água
garapa com limão
a alma enxágua.
Andando a esmo,
no lago Igapó vejo
jacaré mesmo.
No fim da tarde,
da catedral, o sino
faz seu alarde.
Para Irerê
toda a família vai
quando Paiquerê.
Muito infame?
Rima da infância,
não reclame!
Museu de arte
e pastel na Sergipe
são boa parte.
Fome premente?
Na Higienópolis tem
cachorro-quente.
No verde vale,
em meio às arvores,
ovelha bale.
Ao fim do dia,
nos bares da vila,
fazem romaria.
Foi em Londrina
que vida deixou de
ser severina?
Ruídos urbanos,
buzinas e martelos
nos dias insanos.
Crescendo tanto,
em vários cantos, ainda,
há muito pranto.
Em cada rua
uma criança implora
moedinha sua.
Haikais são vinte
será que leitor vai
virar ouvinte?
à meia noite, assisti
a Belle du Jour.
Andar no Zerão
tomar água de coco
no fim do verão.
Perto do bosque
cuidado, de dia há
muito escroque.
Por lá também
na madrugada fria
meninos a vintém.
Piso refeito,
no Calçadão um café?
Não tem mais jeito!
Concha acústica,
sem música, virou
cama rústica.
Na caixa d´água
garapa com limão
a alma enxágua.
Andando a esmo,
no lago Igapó vejo
jacaré mesmo.
No fim da tarde,
da catedral, o sino
faz seu alarde.
Para Irerê
toda a família vai
quando Paiquerê.
Muito infame?
Rima da infância,
não reclame!
Museu de arte
e pastel na Sergipe
são boa parte.
Fome premente?
Na Higienópolis tem
cachorro-quente.
No verde vale,
em meio às arvores,
ovelha bale.
Ao fim do dia,
nos bares da vila,
fazem romaria.
Foi em Londrina
que vida deixou de
ser severina?
Ruídos urbanos,
buzinas e martelos
nos dias insanos.
Crescendo tanto,
em vários cantos, ainda,
há muito pranto.
Em cada rua
uma criança implora
moedinha sua.
Haikais são vinte
será que leitor vai
virar ouvinte?
quarta-feira, 13 de março de 2013
terça-feira, 12 de março de 2013
Matinais
Vou me
embora.
Destino? Não importa.
Está na hora.
Tão resignado,
cheio de desejo,
desesperado.
Ele explica.
Ela se irrita: como?
prefere pica?
Não se irrite,
de manhã com o jornal,
muita rinite.
Vírgula é pausa.
Quando mal colocada,
surpresa causa.
Em sua pele
te(n)são sinto, desejo:
Vem, me rele!
Que estranheza:
Por que na política
tem safadeza?
Humanidade?
Desentendimento sem
dó nem piedade!
Destino? Não importa.
Está na hora.
Tão resignado,
cheio de desejo,
desesperado.
Ele explica.
Ela se irrita: como?
prefere pica?
Não se irrite,
de manhã com o jornal,
muita rinite.
Vírgula é pausa.
Quando mal colocada,
surpresa causa.
Em sua pele
te(n)são sinto, desejo:
Vem, me rele!
Que estranheza:
Por que na política
tem safadeza?
Humanidade?
Desentendimento sem
dó nem piedade!
domingo, 10 de março de 2013
Da beleza
No conhecimento
busco beleza mais
que
entendimento.
Somo pureza
unidade e verdade
surge beleza.
(Inspirado por Appolinaire)
Na beira do mar
vejo tanta beleza
chega faltar ar.
Morte em Veneza,
de Mann para cinema
jovem beleza.
Pele tatuada
deixou a morena
bela ousada.
Mastro erguido
beleza natural em
dó sustenido.
Beleza solar
na volta para casa
ofusca o olhar.
Passeio lunar
faz da Terra beleza
azul exemplar.
Fui atrás dela
sereia mais vadia
encantada e bela.
Toda glamourosa,
batom rosa, chapéu coco,
a cara da beleza!
(para Marinelva)
Nas andorinhas
de tua pele vejo só
belezas minhas.
(para Sara)
De Nezilda vem
beleza solidária
para mais de cem.
(para Nezilda).
Assim, devagar,
na beleza estranha
procuro amar.
sábado, 9 de março de 2013
Avulsos
Enquanto
isso,
na sala, espantado,
perco o viço.
Muito ao longe,
fico pensando pra que
serve um monge?
Imagem atroz
um espelho que mostra
um albatroz.
Surrealismo
junto com estrabismo
dá ostracismo.
Mesmo distante
sua presença na vida
é força marcante.
Se eu pedisse
você tudo faria
mas sem estresse?
Ouvir Vinicius
de manhã no Sauipe
bye-bye ofícios.
Ninfas tão belas
do Olimpo me lançam
ideias singelas.
Um cão andaluz
vagando perdido na
Estação da Luz.
Sala de aula?
Para algumas almas
é melhor jaula.
na sala, espantado,
perco o viço.
Muito ao longe,
fico pensando pra que
serve um monge?
Imagem atroz
um espelho que mostra
um albatroz.
Surrealismo
junto com estrabismo
dá ostracismo.
Mesmo distante
sua presença na vida
é força marcante.
Se eu pedisse
você tudo faria
mas sem estresse?
Ouvir Vinicius
de manhã no Sauipe
bye-bye ofícios.
Ninfas tão belas
do Olimpo me lançam
ideias singelas.
Um cão andaluz
vagando perdido na
Estação da Luz.
Sala de aula?
Para algumas almas
é melhor jaula.
quarta-feira, 6 de março de 2013
Curitibanas
No
sinaleiro
No semáforo,
garoto faminto diz:
_ moeda imploro!
Outras esquinas,
estátuas humanas,
jovens meninas.
Janela fecha
antes que o pedinte
explore brecha.
Poeta de rua
me vende seus versos
com rima crua.
Na bicicleta,
Oil Man de sunga azul,
faz uma careta.
Boca maldita,
na rua das flores, tem
gente aflita.
Na Tiradentes,
todos se juntam para
pipocas quentes.
sem
medo, me diz de Deus,
fico
faceiro.No semáforo,
garoto faminto diz:
_ moeda imploro!
Outras esquinas,
estátuas humanas,
jovens meninas.
Janela fecha
antes que o pedinte
explore brecha.
Poeta de rua
me vende seus versos
com rima crua.
Na bicicleta,
Oil Man de sunga azul,
faz uma careta.
Boca maldita,
na rua das flores, tem
gente aflita.
Na Tiradentes,
todos se juntam para
pipocas quentes.
terça-feira, 5 de março de 2013
A semana
Segunda-feira
parei na casa dela,
mulher faceira.
Na terça-feira
depois de muita luta,
transa maneira.
Da quarta-feira,
guardei retrato dela
numa carteira.
Naquela quinta,
dia de feira, pastel
a fome finta.
Ah! Sexta-feira!
noite na balada com
ela de bobeira.
Neste sábado,
depois da comilança,
refestelado.
Enfim domingo,
digo, me vou logo mais,
sem choramingo.
parei na casa dela,
mulher faceira.
Na terça-feira
depois de muita luta,
transa maneira.
Da quarta-feira,
guardei retrato dela
numa carteira.
Naquela quinta,
dia de feira, pastel
a fome finta.
Ah! Sexta-feira!
noite na balada com
ela de bobeira.
Neste sábado,
depois da comilança,
refestelado.
Enfim domingo,
digo, me vou logo mais,
sem choramingo.
segunda-feira, 4 de março de 2013
Livre Pensar - II
Escolha feita,
de passagem, na vida
não fiz desfeita.
Seu ponto forte?
Saber que empatia
ajuda a sorte.
(Para Sara)
Virando vício,
as palavras compõem
versos em edifício.
Construindo rimas,
João Cabral engenhou
obras primas.
(Para João Cabral)
Força visceral,
sangue, música, dança
sobrenatural.
(Para Saura)
Na Praia mole
depois da caipirinha
conversa mole.
Conversa franca,
na Praia Mole vimos
baleia franca.
Surfista Prateado
na Praia Mole depois
de um baseado.
Ao fim do ano
sempre cheio de tédio
refaz o plano.
de passagem, na vida
não fiz desfeita.
Seu ponto forte?
Saber que empatia
ajuda a sorte.
(Para Sara)
Virando vício,
as palavras compõem
versos em edifício.
Construindo rimas,
João Cabral engenhou
obras primas.
(Para João Cabral)
Força visceral,
sangue, música, dança
sobrenatural.
(Para Saura)
Na Praia mole
depois da caipirinha
conversa mole.
Conversa franca,
na Praia Mole vimos
baleia franca.
Surfista Prateado
na Praia Mole depois
de um baseado.
Ao fim do ano
sempre cheio de tédio
refaz o plano.
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