segunda-feira, 24 de março de 2014

Sobre muletas

Boas muletas,
se precisar, não hesite.
Não há de ser triste.

Até mesmo herói,
na hora da precisão,
faz uso de montão.

Olhe pro lado.
Encostadas no muro
tiram d'apuro.

Se sentiu torta?
Pode ser que estejam
atrás da porta.

Fique certa. Em
Solitários caminhos,
tem meus carinhos.

Com elas ou não,
seremos caminhantes
como nunca antes.

domingo, 23 de março de 2014

Pellegrinianos

Bem de manhã 
quando muitos dormiam 
vi nuvens em clã.

Bela balela 
essa panela mela
com sopa dela.

(haicais que surgiram depois de ouvir Domingos Pellegrini)

quinta-feira, 20 de março de 2014

MÚLTIPLO EU

De muitas partes,
tentei me fazer uno.
Não tive artes!


Para uns, sou um.
Para outros, outro sou.
Pra você, mais um?

(Inspirado no Ferreira Gullar)

sábado, 15 de março de 2014

Menina que chora

Saudades de Paloma e Fernanda

Naquele canto 
Do pequeno ônibus 
Ouço um pranto.

Jovem menina,
Sob soluços, sofrendo 
Com dor ferina. 

De filhas minhas,
Lembro com esperança
Delas risonhas.

Estão distantes 
Construindo caminhos 
Muito vibrantes.

Neste momento
Fernanda na Espanha
Curte flamenco.

Em Porto Alegre 
Paloma com Murilo 
Busca seu norte.

Que a vida lhes dê
Leves prantos curtos e
Sorrisos (e)ternos.

Fazer o quê!

Pode ser hoje?
De convite tentador
Como se foge?

Vai pro boteco
Tomar de tudo para 
Encher caneco?

Vai pro cinema 
Evitando na hora 
Qualquer problema?

Vai para cama
Embaixo de cobertas
Sem nenhum drama?

Andar sem norte
Por vielas escuras 
Sem temer morte?

Em um teatro,
Ver peça de vanguarda 
Na sala quatro?

Sentar na praça 
Observar tanta gente
Sem nenhuma graça?

Sofrer no Paiol
Com  músicas antigas
Na voz do Rayol?

No Café Paris
Se deprimir ouvindo 
Triste meretriz?

Comer um lanche 
Na 24 horas 
Que não desmanche?

Seja sincero,
Com tais opções, meu velho 
Finjir não quero?

Pega no fone
Do outro lado: Amor,
Ficou com fome?

Assim se rende
Pois não consegue deixar 
Vicio que prende!

quinta-feira, 13 de março de 2014

Noite Chuvosa

Você não está
Minha mente me leva
Pra lá de Bagdá.

Vida estranha
Quando juntos, brigamos
Longe, faz manha.

Tento consolo
Procuro, não encontro,
Não causo dolo.

Jeito arisco,
Calado, me estranho
Haverá risco?

Lá fora chove,
Lágrimas em meus olhos
Não mais que nove.

Úmidos tempos!
Preciso de sua luz
Em meus templos.

Esse poeminha
Termina como fosse
Garoa fininha.