quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O DIA EM QUE O OLHO ENGANOU O CORAÇÃO (OU RÉQUIEM PARA UMA AMIZADE)

Você sabe cidadão,
Que em época de eleição
Sempre há muita confrontação.
No calor da disputa,
Muita gente vai pra luta
Com raiva filha da puta.
Em um tal de feicebuque,
Tem um montão de truque,
Que faz com que você amaluque.
Nessa rede virtual,
Muito amigo que não é real
Pesa a mão, faz o mal.
Em mundo assim moderno,
O homem se acredita eterno,
Mas esquece de ser terno.
No celular, o ruatizape
Entregava foto sem escape,
Que pro blefe faltou zape.
Ofensa grande chegou,
Em foto que amigo mandou,
Coração sentiu, rateou.
Devolvi de imediato
outra mensagem, estupefato,
Mostrando violência do fato.
Feliz me iludi,
Na resposta que recebi:
"Retiro-a". Foi o que li.
Mas, de manhã se desfez
O erro que o olho fez,
Ao ver a mensagem outra vez.
Coração deu um grito,
Ao ver o que estava escrito:
"Reitero-a". Senti o mal dito.
Um voto de cada lado,
Um monte de texto trocado,
Deu em triste resultado.
Relação ficou ferina,
Temperança saiu de fina,
Entrou em campo a má sina.
Mas, enfim, o que isso ensina?
Cada um que carregue sua sina,
Nessa vida, que pode ser severina,
e que, às vezes, a gente se amofina.
Foi nesse dia cidadão,
Em que o olho desatento
Enganou meu coração.
Mas, segue ainda, um conselho:
Em tempos de eleição,
seu voto cidadão
vale tanto quanto o de um pentelho,
mas ao final o que importa,
é a maior fatia da torta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário