domingo, 29 de dezembro de 2013

Londrina me inspira

Pastel na feira
domingo de manhã
vida faceira.

Chuva noturna
Londrina me inspira
boa fortuna.

Verão começou
uma brisa matinal
tudo refrescou.

Cantos das aves
fazem trilha matinal
em tons suaves.

Encontrei alguém
do bosque de outrora
pedindo vintém.

De vô Arlindo
nos tempos de criança
lembro sorrindo.

Em um canto
qualquer da memória
um acalanto.

Ora veja você
nesta toada lembrei de
um bilboquê.

Junto presente
com passado, construo
futura(mente).






sábado, 28 de dezembro de 2013

Prédio, janela, chuva, desejo...

Chove lá fora.
De repente vontade
de ir embora.

Tanto tédio
apressou fim da vida
em alto prédio.

Desenvoltura,
na conversa miúda
uma tortura.

Fácil se fez
para seduzir guri
com insensatez.

Intrometida
menina magricela
olha janela.

Adolescente,
muita sede ao pote,
gozo premente.

Quase sessenta
devagar vai ao pote
mal se agüenta.

Flor do desejo
na mente me surge
em um lampejo.

Doce chuvisco
da terra traz cheiro
d'algum hibisco.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Sobretudo sombras

Sombras da noite
aligeiradas passam
em algum sonho.

No fim da vida
rememora sem pressa
noite sombria.

Um sobretudo
esquecido no banco
da praça mudo.

Sob lamparina
sombra da dançarina
alma ferina.

Quando preciso
sem sombra de dúvida
sou um Narciso.

Quem morreu hoje?
No avançar dos anos
companhia foge.

Vi realejo,
carrosel colorido,
sonho benfazejo.

Porta que bate
vento sussurrante
cachorro late.

Dez vezes tentou,
teimoso conitnuou.
Cigana errou!

Senhor, um brinde?
_ Saúde! Não entendi
dela melindre!

Brisa nas folhas
balança minha rede,
só falta você.

Seu corpo quente
me enrijece sempre
que está rente.

Sombras do tempo
em que inconsciente
fui penitente.

Desejo morde?
Com mertiolate não
sara, mas não arde!

Metalinguagem,
para alguns parece
só viadagem.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Dez haicais: Sexo e Amor

Na pele d'outro
suor brota suave 
como orvalho.

Pouco importa 
como, quando gozo
de repente vem.

Mamilos tesos,
camisa transparente,
olhares presos.

Há tantos meios
para encontrar prazer 
com os seus seios.

Houve momentos 
que seu corpo me livrou
dos sofrimentos.

Falo ereto,
mas você não me ouve.
Sofro concreto!

Busco seu sexo
em caminhos diversos 
sem muito nexo.

Sabor na ponta
da língua que avança 
em quem me monta.

Corpos trançados
quase inseparáveis,
nós abraçados.

Acres odores
que sabem a desejo
de meus amores.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Diálogo Verdalso*

Para Sara

O céu aparece cada vez mais nas minhas fotos.
Ih! Será que você vai morrer?
Você acha que eu vou pro céu?
Claro!
Você me diz cada coisa!
É porque te amo.
Imagine se não amasse.
Bobo.
Vem cá.
Hoje não.
Por que?
Tô com dor de cabeça.
Só indo pro céu mesmo!
Bobo.
Vem cá, vem.
Teimoso.
É por que te amo.
Sei...Hum...

* meio verdadeiro, meio falso