domingo, 22 de fevereiro de 2015

Se soubéssemos...

Como dói a palavra,
Teríamos dito
O que foi mal dito?

Como fere a razão,
Teríamos perdido
Aquela paixão?

Como corta o grito,
Teríamos sussurrado
E não berrado?

Como sangra o sarcasmo,
Teríamos amado
Mesmo em meio ao marasmo?

Como queima a ironia,
Teríamos terminado
Nossa sinfonia?

De tudo antes,
Seria ainda como dantes
No quartel d’Abrantes?

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Três haikais

Chuva persiste
No fio elétrico
Pardal resiste.
Será que se banha?
Ou da imaginação
É outra artimanha?
Um pombo cisca
Minha alma arisca
Não é boa bisca.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Autorretrato

Não trovejo,
Tampouco relampejo
Apenas vejo.
Não chuvisco
Nem faço rabisco
Pra não correr risco.
Sei que medito
Às vezes, tenho dito
Me prefiro escrito.