quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Desamigar

Espécie de luto,
Tempo sombrio
Em que luto...


Raiz arrancada,
Vagar arredio
Do fado emboscada.


Destinos diversos,
Caminhos distintos
Em vinhos tintos.


Enfim, na alma
Marcada, surgirá
Estranha cálida calma.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Doce Estranhamento

Estranhamento
De repente se torna
Um contentamento.
Ressentimento,
Sabor amargo se esvai
No esquecimento.
Docemente
Doce adoça
Boca, coração e mente.
(Inspirado em versos de Rodrigo Garcia Lopes).

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Poemas curtos

Nostalgia do Futuro ou Desatinado em uma estação tubo curitibana
Ontem foi amanhã anteontem.
Hoje será ontem amanhã.
Amanhã será hoje amanhã
E ontem depois de amanhã.
Eu? Continuo no hoje,
Entre amanhã e ontem,
Nostálgico do futuro
Que logo será passado.

Surfe Abstrato
Alguns no mar surfam,
Outros só no concreto.
Nas ondas do pensamento,
Abstrato surfo eu.

domingo, 23 de novembro de 2014

Dominguices

Após ler as Pequenices de Domingos Pellegrini, livro editado pela Gazeta do Povo, me ocorreram essas Dominguices (inspiradas no Domingo pelo Domingos):
Dominguices
Um gato persa
De tanto se espreguiçar
Faz vice-versa.
Na mesma hora,
Minha atenção em fuga
vai embora.
Pensamento voa,
Mente de vaga em vaga
Divaga à toa.
Nas Pequenices,
De um tal Domingos,
Fujo das mesmices.
Das nuvens cinzas,
Que o sol escondem, partem
Trovões ranzinzas.
Ouvi um barulho:
Do gato o ronco ou de
pombo arrulho?
Do vinho branco
Junto com o aroma
Um verso arranco.
Assim, aos poucos,
Vou escrevendo esses
Versos loucos.

domingo, 9 de novembro de 2014

Por ques?

Leio porque está escrito
Ouço porque é sonoro
Tateio porque é concreto
Vejo porque é reflexo
Penso porque é preciso
Escrevo porque há palavras
Mas, vivo por que mesmo?

domingo, 2 de novembro de 2014

Inquietação na Cafeteria

Na cafeteria,
Será um machiatto
Cura pra agonia?

Precisa mente
Demente, somente,
Lugar clemente?

Senso devasso
Da vida extravia
Régua e compasso?

Sofrimento vão
Em imensa confusão.
Cadê você razão?

Quem me dera
Ser capaz de entender
Vida quimera.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O DIA EM QUE O OLHO ENGANOU O CORAÇÃO (OU RÉQUIEM PARA UMA AMIZADE)

Você sabe cidadão,
Que em época de eleição
Sempre há muita confrontação.
No calor da disputa,
Muita gente vai pra luta
Com raiva filha da puta.
Em um tal de feicebuque,
Tem um montão de truque,
Que faz com que você amaluque.
Nessa rede virtual,
Muito amigo que não é real
Pesa a mão, faz o mal.
Em mundo assim moderno,
O homem se acredita eterno,
Mas esquece de ser terno.
No celular, o ruatizape
Entregava foto sem escape,
Que pro blefe faltou zape.
Ofensa grande chegou,
Em foto que amigo mandou,
Coração sentiu, rateou.
Devolvi de imediato
outra mensagem, estupefato,
Mostrando violência do fato.
Feliz me iludi,
Na resposta que recebi:
"Retiro-a". Foi o que li.
Mas, de manhã se desfez
O erro que o olho fez,
Ao ver a mensagem outra vez.
Coração deu um grito,
Ao ver o que estava escrito:
"Reitero-a". Senti o mal dito.
Um voto de cada lado,
Um monte de texto trocado,
Deu em triste resultado.
Relação ficou ferina,
Temperança saiu de fina,
Entrou em campo a má sina.
Mas, enfim, o que isso ensina?
Cada um que carregue sua sina,
Nessa vida, que pode ser severina,
e que, às vezes, a gente se amofina.
Foi nesse dia cidadão,
Em que o olho desatento
Enganou meu coração.
Mas, segue ainda, um conselho:
Em tempos de eleição,
seu voto cidadão
vale tanto quanto o de um pentelho,
mas ao final o que importa,
é a maior fatia da torta.

domingo, 5 de outubro de 2014

Mulheres Londrinenses


Em 27 de maio desse ano, a Associação Comercial e Industrial de Londrina fez uma homenagem a um grupo de mulheres pinoneiras de Londrina. Entre elas, estava minha mãe, Kilda Gomes do Prado Gimenez. Naquele dia, durante a cerimônia registrei, em meu celular, alguns versos que me surgiram à mente. Ficaram guardados e hoje me lembrei deles. 

Mãos femininas 
construíram Londrina
essas meninas.

Firmes, tenazes
ternas, suaves, tecem
tramas audazes.

Jovem Londrina
por mãos carinhosas
teve rica sina.

Pelos seus atos,
cada qual a seu jeito,
só fez bem feito.

inspiradoras,
Como ser gente boa
foram doutoras.

Seus pensamentos
Guiaram docemente
Nossos momentos.

Ser londrinense
Mais que ser de nascença
Vem de como se pense.

Da homenagem
Que receberam vivazes
Fiz esta imagem.
 






sábado, 4 de outubro de 2014

Sábado Frio

Primaveril,
esse sábado
está tão frio.


Cinema grátis
é melhor do que
fazer pilátis.


Na penumbra
com imaginação
tudo deslumbra.


Risos, murmúrios,
de repente, sons
espúrios.



terça-feira, 23 de setembro de 2014

Determinismo e voluntarismo

Determinismo?

Quis tanto ser
outros que imaginaram.
Mas, só posso eu ser.

Voluntarismo?

Me quiseram ser
tão diversos outros.
Mas, insisto eu ser.


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Amor... Dá um beijo...

Sendo sincero,
nossa relação está
abaixo de zero.

Sendo ligeira,
de você não aguento mais
ouvir asneira.

Sendo mais franco,
nosso amor não pega
mais nem no tranco.

Sendo honesta,
minha vida sem você
vai virar festa.

Sendo direto,
de você não sentirei
falta de afeto.

Sendo cínica,
sem você não sentirei
falta de pica.

Sendo bondoso,
com você na cama, não
se fica fogoso.

Sendo mais fina,
por que você não toma
estricnina?

Sendo moleque,
não aguento quando você
puxa meu breque.

Sendo travessa,
por sua causa, de homem
fiquei avessa.

Amor... Dá um beijo...
Ora... Por que você não...
Calma... É só um beijo...

Sendo humanos,
por que não tentamos
mais alguns anos?

domingo, 27 de julho de 2014

Meditabundo e outros haikais

Meditabundo

Medita mundo
Me dita mundo
Medi, tá mundo!

Besta Fera

Urra e berra
Em tanta guerra 
Vida se ferra!

Nostalgia 

Seja de dia
Ou pela noite,
Não há analgesia.

Cafeteria 

Em um machiatto
Encontrei consolo
Pra falta de tato.

Estupefato 

No segundo machiatto,
Inspiração surge
Pro primeiro ato.

Trocando impressões com Drummond e Quintana em Porto Alegre

Sem poesia,
além de muito fria,
é vida vazia.





terça-feira, 22 de julho de 2014

Conselho aos jovens

Nossas escolhas,
Às vezes brilham tanto,
Não passam de bolhas.

Umas eternas,
Muitas efêmeras
Simples esferas.

Não se esqueça:
De bolha que não brilha
Você se despeça!

Tempo sofrido
Na vida se esquece
Quando se cresce.

Se perdeu brilho,
Faça outra escolha,
Vá proutro trilho.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Liberdade de Escolha

Olha pro lado
em frente, para trás.
Só falta escolher.

Se não se move,
é escolha também?

Qualquer que seja,
não importa!
Lhe empurra? Ou não?

Já decidiu
a escolha é sua.
Livre enfim!

domingo, 29 de junho de 2014

domingo, 25 de maio de 2014

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Carta a uma jovem

Lágrimas caem
de olhos tão jovens
que me destroem.

Naquele canto,
na mesa solitária,
causa espanto.

Seus olhos escuros
refletem brilhosos
raios tão puros.

Sendo tão moça,
em templo luxuoso,
quem sua dor ouça?

Não sei que faço,
quando lágrimas vejo
só me embaraço.

Um dia já disse,
muito queria que dor
não sentisse.

Mas da vida parte,
são suas escolhas que
fazem sua arte.

Lágrima, riso,
dores, prazeres, enfim
viver é preciso.

No verso acima
contrario poeta,
e faço  rima.

Então, afinal,
chega o momento
de meu ponto final.

Mas, é só no poema,
pois na vida sigo, vou
atrás d'outro tema.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Dois haicais

Entardecendo,
no tear do destino
vivo tecendo.

Na escuridão,
repentina clareza
de inflamação.

sábado, 26 de abril de 2014

Ocioso

Despretensioso,
na vida procurando
ficar ocioso.



Ganancioso,
na vida sem tempo pra
ficar ocioso.



Ansioso,
na vida não soube
ficar ocioso.



Três haicais!
Se eu ficar ocioso
pode haver mais!



Preguiçoso,
acho que prefiro
ficar ocioso.

terça-feira, 8 de abril de 2014

sábado, 5 de abril de 2014

Saia Curta

Coxa que se revela
algo esconde
da jovem bela.

Fogo súbito 
somente se apaga
em decúbito.

Desejo arde
esperança acesa
no fim da tarde.

Só na espreita 
fica imaginando 
como se deita.

Em devaneios
tramando seduzi-la
por sutis meios.

Na ansiedade 
percebe audaz rival
de menor idade.

No fim das contas
em banco de praça rói, 
das unhas, pontas.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Da Solidão

Na multidão 
vendo se multiplicar
tanta solidão.

Ruma a esmo,
em todas direções, 
enfim só mesmo.

Qualquer companhia 
não dá conta desta
imensa agonia.

Mente divaga
enquanto na avenida,
ela só vaga.

Em vida ordinária 
lhe fez companhia 
uma solitária.

Como num palco 
na vida em solo
se oculta com talco.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Sobre muletas

Boas muletas,
se precisar, não hesite.
Não há de ser triste.

Até mesmo herói,
na hora da precisão,
faz uso de montão.

Olhe pro lado.
Encostadas no muro
tiram d'apuro.

Se sentiu torta?
Pode ser que estejam
atrás da porta.

Fique certa. Em
Solitários caminhos,
tem meus carinhos.

Com elas ou não,
seremos caminhantes
como nunca antes.

domingo, 23 de março de 2014

Pellegrinianos

Bem de manhã 
quando muitos dormiam 
vi nuvens em clã.

Bela balela 
essa panela mela
com sopa dela.

(haicais que surgiram depois de ouvir Domingos Pellegrini)

quinta-feira, 20 de março de 2014

MÚLTIPLO EU

De muitas partes,
tentei me fazer uno.
Não tive artes!


Para uns, sou um.
Para outros, outro sou.
Pra você, mais um?

(Inspirado no Ferreira Gullar)

sábado, 15 de março de 2014

Menina que chora

Saudades de Paloma e Fernanda

Naquele canto 
Do pequeno ônibus 
Ouço um pranto.

Jovem menina,
Sob soluços, sofrendo 
Com dor ferina. 

De filhas minhas,
Lembro com esperança
Delas risonhas.

Estão distantes 
Construindo caminhos 
Muito vibrantes.

Neste momento
Fernanda na Espanha
Curte flamenco.

Em Porto Alegre 
Paloma com Murilo 
Busca seu norte.

Que a vida lhes dê
Leves prantos curtos e
Sorrisos (e)ternos.

Fazer o quê!

Pode ser hoje?
De convite tentador
Como se foge?

Vai pro boteco
Tomar de tudo para 
Encher caneco?

Vai pro cinema 
Evitando na hora 
Qualquer problema?

Vai para cama
Embaixo de cobertas
Sem nenhum drama?

Andar sem norte
Por vielas escuras 
Sem temer morte?

Em um teatro,
Ver peça de vanguarda 
Na sala quatro?

Sentar na praça 
Observar tanta gente
Sem nenhuma graça?

Sofrer no Paiol
Com  músicas antigas
Na voz do Rayol?

No Café Paris
Se deprimir ouvindo 
Triste meretriz?

Comer um lanche 
Na 24 horas 
Que não desmanche?

Seja sincero,
Com tais opções, meu velho 
Finjir não quero?

Pega no fone
Do outro lado: Amor,
Ficou com fome?

Assim se rende
Pois não consegue deixar 
Vicio que prende!

quinta-feira, 13 de março de 2014

Noite Chuvosa

Você não está
Minha mente me leva
Pra lá de Bagdá.

Vida estranha
Quando juntos, brigamos
Longe, faz manha.

Tento consolo
Procuro, não encontro,
Não causo dolo.

Jeito arisco,
Calado, me estranho
Haverá risco?

Lá fora chove,
Lágrimas em meus olhos
Não mais que nove.

Úmidos tempos!
Preciso de sua luz
Em meus templos.

Esse poeminha
Termina como fosse
Garoa fininha.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Atentado no IPhone ou Crônica de uma viagem

No aeroporto de Londrina espero meu vôo de retorno a Curitiba pensando sobre o que fazer enquanto vozes infantis se misturam com aviso de embarque do grupo dois o que significa que o grupo três já foi chamado ou o grupo um isso já não importa pois ao meu lado um homem fala alto alguma coisa sobre o Reginaldo em Brasília perdi meu vôo puta que o pariu.
Você deve estar rindo agora me chamando no mínimo de idiota só que nesse fluxo de consciência não afetada por nenhum líquido exótico exceto por um creme de abacate um pouco líquido demais que não é suficiente para chamar de vitamina e tampouco de creme porra outras vozes vão penetrando em meus tímpanos que deixaram a virgindade em algum tempo passado tão remoto que não consigo nem lembrar por causa do aviso no aeroporto que já fez a última chamada pela quinta vez por um tal de Matias assim descobri que ainda não perdi meu vôo já que Matias perdeu o de São Paulo vou ficar atento se essa criançada barulhenta me deixar ouvir caralho.
Você deve estar estranhando que nunca ouviu eu falar palavrão porra caralho puta que o pariu o teclado do iPhone não completa palavrão automaticamente você sabia só que você não notou que eu não estou falando palavrão seu escroto mas escrevendo enquanto alguém fala do diretor presidente de uma empresa de merda que tem que pagar uma indenização sem nenhuma chance de negociar boceta os caras pensam que meus ouvidos são pinicos para receber tanta merda.
Definitivamente se não é vitamina de abacate e não é creme também faz um mal danado para consciência ou então isso tudo é um sonho muito louco que segundo alguns estudiosos é uma prova irrefutável da existência do inconsciente mas não de deus com certeza e sem dúvida para ficar no pleonasmo é no mínimo surreal com essa caixinha de música com um casal gay valsando devagar com a bateria que parece estar no fim já que é o momento de acabar com esta estória.
Mas quem já escreveu qualquer coisa não real mas como pode ser não real se estou vendo as palavras que vão se formando na tela do iPhone sabe que o momento de parar não é determinado por qualquer escriba as palavras parecem que saem das pontas dos dedos e apesar disso são as minhas digitais que darão pistas datiloscópicas caso interesse descobrir quem cometeu esse atentado contra os cânones da literatura ocidental to fudido!
Sem medo retomo a escrita agora me sentindo dono do pedaço dentro de um ônibus onde uma moça vai contando em voz alta detalhes de uma vida tão sem graça que acho que nem o companheiro dela de viagem aguenta p tédio e começa a cantarolar um sambinha desafinado que eu prefiro ou preciso continuar a saber do sapatinho que ela comprou ontem mas não é a Cinderela e não há nenhum príncipe e o relógio depois do horário de verão está meio distante no tempo não no espaço da meia noite mas parece que o ônibus virou uma abóbora o motorista um rato gordo e os passageiros estão exigindo o dinheiro de volta que o mundo não é nenhum conto de fadas é foda!

domingo, 16 de fevereiro de 2014

REALEJO FANTÁSTICO

O que eu busco
de repente descubro
no lusco-fusco.

Nesse meu conto,
aos cinqüenta e seis,
um pouco tonto.


Houve encontro,
mas me marcou bastante
um desencontro.

Com sol poente,
no bosque decadente,
perdi sã mente.

Vago sozinho,
ouvindo pensamentos

pelo caminho.

Neste trajeto,
às vezes, sinto falta
dalgum afeto.

Você não veio,
busquei ternos afagos
em belo seio.

 
Mas com certeza,
na solidão encontro
jovem beleza.

Mas também vejo,
no bosque, um tocador
de realejo.

Nessa penumbra,
tal aparição minha
alma deslumbra.


Seria real,
imaginação, ou
só engano sensorial?

Em qualquer caso
parece que foi peça
de um acaso!

sábado, 8 de fevereiro de 2014

SAUDEJO

Lembro de você,
à tarde, preguiçosa,
tão carinhosa.

Sei que não devo,
mas em você vejo
tanto desejo.

Sinto saudade,
nessa hora esqueço
qualquer beldade.

Desejo sinto,
tão forte me fere, que
a razão finto.

Se não me busca,
vejo que loucura
não tem mais cura.

Em outro caso,
quando sou procurado,
peço um prazo.

Fica confusa,
na raiva me acusa,
mas não recusa.

Me dá um beijo,
sorrindo vai embora,
quedo saudejo.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Conversa entre mãe e filho

Chegará hora 
que na vida longeva
irá embora.

A cartomante 
tudo lhe disse como 
noticiante.

Anos passados,
de repente revela
fatos narrados.

Dúvidas poucas
não conseguiram evitar 
previsões loucas.

Mostra cansaço,
indagando se anda
no mesmo passo.

Dele recorda
carinhosos momentos 
que fado borda.

Mulher vaidosa
que em sua jornada 
foi corajosa.

Medo revela 
quando comenta sobre 
vizinha dela.

Mistérios há 
que esse escrevente 
solução não dá.

Contraditória,
como tantas já foram,
pela história.

Tarefas se deu,
outras destino coseu,
é caminho seu.

Boa lembrança,
carregarei comigo,
na esperança.

De meu pai contou,
mais uma vez, algo
que também sonhou.

Nessa altura,
construindo do passado 
meta futura.

Para quem servem
as três linhas acima?
Vocês decidem.

Penso na vida:
sobre para que esta 
insana lida?

Sem cartomante,
entre princípios e fins,
vou tateante.

Ora, que importa?
Cada um que resolva,
como se porta!

Para mim resta,
sentimentos registrar 
por essa fresta

Mais um registro 
preciso é foto que
acima mostro.

domingo, 26 de janeiro de 2014

FEIRA LIVRE





Logo de manhã
na barraca de frutas
brilhante romã.

Chuva de verão
esconde na barraca
mulher do feijão.

Olha que chuchu!
Não está na barraca,
Debocha Dudu!

Limão galego
para fazer ceviche?
Banca do Grego.

Banana prata
em penca ajeitada,
freguesa grata.

Passa mulata
perfumada. Suspira
cego da lata.

Toca viola
toada romântica,
ela rebola.
Banca de ervas,
velhinho assanhado
caça as pervas.

Tem mexirica
na barraca do Japa
que no fim fica.

Laranja pera
casca verde lustrosa
de tanta cera.

Encontro jovem
na barraca de pastéis
que de todos tem.

Em poucas horas
não há como encontrar
doces amoras.

Lingüiça! Queijo!
Para você morena
também tem beijo.

Vagem! Cenoura!
Para você bom preço
moça tão loura.
Maçã! Mamão!
Preço sempre abaixa
pra freguês chorão!

Arroz! Lentilha!
Fico feliz senhora
se vem com filha!

Milho! Pepino!
Meiga polaca, quero
ser seu menino.

Alface lisa
fica mais em conta
se me alisa.

Manga coquinho,
abacate maduro,
pro garotinho.

Couve-flor, nabo
dou desconto pra você
não ficar brabo!

Hora da xepa!
Aproveita freguesia;
Enche bacia!