quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Ônibus Amarelinho

Para onde vai?
Escola ou trabalho,
tem gente demais!

De qualquer jeito,
passageiros enfrentam
este mal feito.

Entra na frente, 
um assento no fundo,
obesa rente!

Sinal avisa:
Parada solicitada.
Escada lisa.

Diversidade 
de destinos, caminhos 
em unidade. 

Variedade 
nos semblantes, contrastes 
em vidas errantes. 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Aeroporto

Sala de espera:
cara com cacoete
bocejo alto.

Chamada final:
portão número oito,
homem afoito.

Abraço forte
no saguão de entrada
criança chora.

Parte pra longe
personagem estranha
cara de monge.

De brigadeiro,
céu desanuviado
com granulado.

De uniforme,
comissária repete
velho informe.

Aceita bala?
Lembrança de menina
numa esquina.

Corredor grande,
passo insinuante,
olhar vagante.

Livro de bolso
companheiro constante
do viajante.

Com nuvens cinzas
me vejo refletido
no anoitecer.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Inspirado por conversas com empresárias

Leque armado
parece ser pesado,
mas leve sente.

Redemoinho
repleto de emoções:
realização.

Caso de paixão:
na decisão compartilha
tanta emoção.

Permanecendo
presente no mercado:
felicidade.

Na roda viva,
mulher empresária
sempre se vira.

Fazendo planos,
liderando pessoas:
mirando mundo.

Inacabada
caminhada, constante
viver vir a ser.

Livre arbítrio:
por escolhas próprias
faz seu caminho.

Encantamento
na conversa: negócios
realizados.

Seu jeito de ser
com olhar feminino
traça destino.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Sete dúvidas instrumentais e uma debochada

Nesse espelho
manchado e pequeno
cabe reflexão?

Em desalinho
de pensamento, uso
fio de prumo?

Precisa régua
para escrever certo
em linhas tortas?

Um escafandro
ajuda o professor
falar profundo?

Massa corrida
serve para preencher
vazio mental?

Discurso fraco
com tinta fosforescente
fica brilhante?

Sauna escura,
por razões obscuras,
atrai mais curas?

Sob luz de vela,
velha matrona vira
jovem gatona?

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Clima de Maluco

Na Curitiba
ao cair da tarde
frio tardio.

Nuvens escuras
no céu se acumulam
vidas duras.


No lusco-fusco
do entardecer vida
passada busco.


Bem primaveril
crepúsculo me lembra
sonho infantil.

Por trás da porta
em seu robe de chambre
calor exporta.

Sem muito pudor
tampouco despudorada
lhe chama amor.

Sorri tímido
com convite ouvido
fica rendido.

Em noite fria
com um pouco de vinho
vem calmaria.

Sonha com ela
acorda meio suado
abre janela.

Sem que nem pra que
não mais que de repente
de novo quente.

domingo, 6 de outubro de 2013

Experimentando ao estilo tradicional

Entre montanhas
riacho insinua
águas rápidas.

Lua minguante
em noite estrelada
brisa cálida.

Mata fechada.
De repente um salto:
gato do mato.

Na primavera,
dia entardecendo,
sombras no bosque.

Aquela garça
voejando suave
meu olhar guia.

Vale de pedras:
neblina matutina
esvanecendo.

Enterrada por
gralha azul gulosa
brota a pinha.

Folhas secando,
árvore desnudando
alma soturna.