Abre janela
Vento agita cortina
Passo atrás dela
Abre janela
Sol põe fim à penumbra
Cor se revela
Abre janela
Nuvem esconde lua
Uiva a cadela
Abre janela
Nada acontece
Fecha janela
Um haikai ao dia, prazer, paz, emoção, e muita alegria (Fernando Antono Prado Gimenez)
Abre janela
Vento agita cortina
Passo atrás dela
Abre janela
Sol põe fim à penumbra
Cor se revela
Abre janela
Nuvem esconde lua
Uiva a cadela
Abre janela
Nada acontece
Fecha janela
No encontro
Me desencontro
Quando lhe reencontro
No canto
Me desencanto
Pra seu encanto
No mundo
Mergulho fundo
Pra lhe buscar profundo
Em mim mesmo
Me ensimesmo
Quando em você ando a esmo
No verso
Me sinto inverso
Se com você converso
Na vida
Me vejo em dívida
Se você me olvida
Enfim, apenas rima
Que me vem de prima
Pra lhe ver pra cima
Na vida se repetem:
Amores e desamores
Confianças e desconfianças
Alegrias e desalegrias
Afetos e desafetos
Confortos e desconfortos
Prazeres e desprazeres
Atinos e desatinos
Propósitos e despropósitos
Ajeitos e desajeitos
Acordos e desacordos
Atenções e desatenções
Almados e desalmados
Lavados e deslavados
Aparecências e desaparecências
Abrigados e desabrigados.
Esperanças e desesperanças
Estimulos e desestimulos
Nascenças e desnacenças
Iludidos e desiludidos.
Na vida se repetem.
Ainda bem.
Na poesia?
Idem, ibidem.