Cedo
no bosque
as
plantas o orvalho
lacrimejavam.
Chuva
de verão
cai
de repente, tantas
gotas
que se vão.
Gato
esperto
na
penumbra da noite
pardo
de certo.
Cachoeira
deita
águas
abaixo, pranto
em
altos brados.
Flor
campestre
de
azul resplandece
vista
rupestre.
Pardais
do campo
e
pombas da cidade
quase
se bicam.
Lâmina
d´água
translúcida
reflete da
moça
anágua.
Balacobaco,
meu
camarada, virou
bacana,
Paco!
Pois
então guri
no
passado comi
muito
lambari.
Se
Papa perde
infalibilidade
nas trevas arde?
No
entardecer,
através
do pinheiral,
tremeluz
o sol.
Na
lua cheia,
invés
de lobisomen,
vi
mulher feia.
De
madrugada,
sentado
na sacada
penso
em nada.
No
temporal
brilha
na trovoada
barco
de papel.
Mudar
de rumo.
Com
a nova estação
renovo
prumo.
Liberdade
de
aprender
como forma
de
bem viver
Além
de maconha,
Tentou tudo, mas feliz
foi
com pamonha.
Desço
do tubo,
caminho
entre risos
feliz
ao cubo.
Chego
na vila,
entre
as casas frias,
ar
de camomila.
Lembro Anita
em
Madrid vestida de
saia
de fita.
MMA
cansa!
Humanidade
fica
sem
esperança!
Céu
estrelado,
a
primavera neste
lago aflora.
Pinhão
trufado
no
penne do anarco
foi
temperado.
Tão
saboroso
com
cava espanhola
ficou
primoroso.
Com
gentileza
garçom
competente
foi
uma beleza.
Em
outro tempo
houve
um encontro com
um
contratempo.
Estonteante,
menina-moça
quis ser
minha
amante.
Tentei
lhe dizer
que,
na minha idade,
já
não há querer.
Estupefato,
fiquei
sem graça, quando
externei
fato.
De
qualquer forma
abri
exceção para
confirmar
norma.
Tudo
delírio
de
alguém escapado
do
hospício?
Ou
terá sido
feito
sensível do
vinho
bebido?
Alguém
indaga:
foi
imaginado ou
vida
que afaga?
Você
decida
se
a mente é sã ou
ensandecida.
Pensar na vida
no calçadão, lembrança
luz refletida.
Domingo cedo
no calçadão, esqueço
sonho de medo.
Labrador marrom
no calçadão, arrasta
mulher sem batom.
Cabine na praça
no calçadão, imita
Londres sem graça.
Achei um dia,
no calçadão antigo,
minha alegria.
Vindo distante
no calçadão, pombo em
vôo rasante.
Pessoas estranhas
no calçadão ressoam
conversas fanhas.
Londrina me traz
no calçadão, à toa,
um pouco de paz.
Passantes olham
no calçadão aqueles
que só esmolam.
Sem notar que são,
no calçadão atroz, flor
de vida feroz.
Com artesanato,
no calçadão, mulheres
enfeitam prato.
De mãe para filha,
no calçadão, mãos dadas,
amor caminha.
Bem abraçados,
no calçadão, dois jovens
enluarados.
Falando pra mim,
no calçadão, biba de
trejeitos sem fim.
Um, dois, três, quatro,
cinco, seis, sete, oito,
nove, dez, onze.
Só com números
dezessete sílabas
não fazem haikai.
Um só pássaro
pousou na laranjeira
na tarde morna.
Duas mangueiras
prenhas de memórias
de frutos doces.
Três araucárias
semeadas por gralhas
brotaram enfim.
Quatro trevos
de quatro folhas. Onde
está a sorte?
Cinco galinhas
no quintal reunidas
como comadres.
Seis horas, manhã
de sol, aos poucos se
vai a neblina.
Sete filhotes,
mãe carinhosa mostra,
da vida, a luz.
Oito meninas
uniformes no traje
diversos rumos.
Tique e taque,
entre nove e onze,
dez badaladas.